Theresa Agonia, sub-chefe de gabinete sénior
do presidente da câmara de Providence, RI
Dado o impacto da COVID-19 nas administrações municipais, também coube à luso-americana a gestão de matéria ligada à pandemia. “Desde o início que levamos a questão muito a sério”, garante Theresa Agonia. “A 15 de Março, sabendo que Providence, como capital e centro da actividade comercial no estado, iria sentir os efeitos do coronavírus (o que acabaria por acontecer), encerrámos o ‘City Hall’ e iniciámos o trabalho à distância. Do qual, aliás, só regressámos dia 22 de Junho.”
Agonia teve de olhar pela gestão dos oito centros de rastreio de COVID em Providence, “assim como a coordenação entre o ‘City Hall’ e as autoridades médicas e de saúde. Tínhamos encontros virtuais de trabalho todos os dias em volta desta temática, a que se juntava a necessidade de encontrar meios para fazer chegar alimentos e produtos de primeira necessidade à população.”
Theresa Agonia tem origens em Viana do Castelo, Minho, onde nasceram os pais. Em 1981 os Agonia emigram para Rhode Island e a filha Theresa acaba por vir ao mundo em Central Falls, onde cresce e completa o liceu. Ao terminar o curso de comunicação e relações públicas na Roger Williams University, em Bristol, RI, entra de imediato para o mercado de trabalho na área do serviço público, juntando-se ao Latino Police Institute em Providence - “uma organização sem fins lucrativos que lida com as necessidades das crescentes comunidades latinas no estado”, explica.
❝QUANDO, AOS 16 ANOS, PERDI O MEU PAI PARA O CANCRO, FORAM OS PROFESSORES QUE ME DERAM FORÇA PARA PROSSEGUIR E ENCONTRAR UM PROPÓSITO NA VIDA❞
➔Theresa Agonia, subchefe de gabinete sénior
do presidente da câmara de Providence, RI
O sector público tornou-se uma paixão quando, aos 16 anos, um cancro lhe rouba o pai e a deixa quase sem rumo. “Foram os professores que me deram força para prosseguir e encontrar um propósito na vida”, afirma, “razão por que acredito profundamente no ensino.”
Em 2008, um tal senador afro-descendente do estado de Illinois chega à Casa Branca e inspira ainda mais a jovem luso-americana à entrega ao serviço público. “Foi realmente a primeira pessoa para quem olhei como exemplo neste sector”, nota.
Apesar de não fazer parte dos seus planos imediatos concorrer a um cargo político, não afasta de todo a possibilidade. Vai preferindo apontar as áreas que a preocupam: “O empoderamento das mulheres, por exemplo. Precisamos de mais mulheres em posição de liderança, sobretudo na política, que continua a ser um mundo muito reservado aos homens.”
No gabinete de trabalho, mostra-nos com orgulho o certificado de um curso intensivo de liderança obtido na Harvard Kennedy School, em Massachusetts, há dois anos, para o qual foi seleccionada entre um restrito grupo de 70 profissionais ligados à administração pública dos EUA e vários países do mundo.
“Agora, mais do que nunca, é a altura para nos envolvermos e participarmos activamente no processo político”, alerta Theresa Agonia. “Só assim as nossas estruturas assentes na democracia vencerão e só assim se poderá construir uma sociedade mais justa e equitativa.”
Agonia lamenta a falta de luso-americanos em posição política de destaque em Rhode Island, lembrando que Hélio Melo e Theresa Paiva Weed foram exemplos da força que a comunidade portuguesa pode exercer nos corredores do poder local. “Estamos a trabalhar para mudar essa situação”, promete.
O sentir lusófono esteve sempre em si. Ou não tivesse Theresa Agonia integrado durante 17 anos o Rancho Folclórico ‘Danças e Cantares’ do Clube Juventude ‘Lusitana’, de Cumberland.
Theresa Agonia
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